segunda-feira, 23 de maio de 2011

J. de Figueiredo Filho – Por: Flamínio Araripe


Sete livros do escritor cratense José Alves de Figueiredo Filho foram reeditados pela Secretaria da Cultura do Ceará, Universidade Regional do Cariri (Urca) e Edições UFC na série Memória da Coleção Nossa Cultura. Todas as obras, que estavam esgotadas, foram relançadas em edições de mil exemplares cada, sem fins financeiros. Foram reeditados os livros: “Engenhos de Rapadura do Cariri”, “Folguedos Infantis do Cariri”, os 4 volumes da “História do Cariri” e “Cidade do Crato” (com Irineu Pinheiro). O lançamento será agendado em breve pela Urca e Secretaria da Cultura.

Os sete livros de J. de Figueiredo Filho foram publicados como parte de 10 títulos que enfocam a história e os costumes do Cariri. De Irineu Pinheiro, a série inclui dois livros – “Efemérides do Cariri” e “O Cariri: seus descobrimento – povoamento – costumes”. De Floro Bartolomeu da Costa, publica “Juazeiro do Padre Cícero”, que reproduz o célebre discurso do deputado pronunciado na Câmara dos Deputados em 1923, em defesa da Meca do Cariri e do seu líder político e religioso.

Abaixo, excertos de matéria publicada no “Diário do Nordeste” do último domingo:

José Alves de Figueiredo Filho (14 de julho de 1904 a 29 de agosto de 1973), gostava da banda Cabaçal, de Reisado e também das canções dos Beatles. No rádio de válvulas, pela BBC de Londres, apreciava música clássica e o recente fenômeno do iê-iê-iê. Gostava de cantar em casa, dizia sempre a minha mãe, Eneida. Farmacêutico, filho do boticário e poeta José Alves de Figueiredo, o Zuza da Botica, desde cedo vovô convivia com o povo simples no ambiente da farmácia e andava nos pés de serra do Crato, onde o seu pai tinha um sítio. Ali teceu os laços de amizade e afeto que logo vieram a fecundar um sentimento de valorização pelas manifestações culturais desta gente, imortalizado, assim, nos seus livros.

A sua obra literária pode ser vista como um diálogo com o mundo dos "Engenhos de Rapadura do Cariri", "O Folclore do Cariri", os "Folguedos Infantis Caririenses", a "História do Cariri" e "Patativa do Assaré - Novos Poemas Comentados", títulos de alguns de seus livros. O romance "Renovação" explora o cenário cearense da seca e da busca por soluções diante da pobreza. No "Meu Mundo é uma Farmácia", resgata o universo que influenciou na sua formação intelectual e pessoal, ponto de convergência do pensamento da época. Além de escritor, folclorista, historiador, único membro da Academia Cearense de Letras que morava no interior, cronista de produção quase diária publicada nos jornais de Fortaleza. Por toda a vida, sempre desempenhou um papel de amigo e conselheiro, uma pessoa de diálogo e, natural, compreensão.

Além de trabalhar na farmácia do pai - ele tinha a graduação em Farmácia na Universidade Federal do Ceará -, vovô exercia um cargo de confiança como inspetor escolar. É esta a memória que deixou nos amigos, no Instituto Cultural do Cariri, na revista Itaytera, no curso de História da Universidade Regional do Cariri.

Postado por Armando Rafael

2 comentários:

  1. Caro amigo Dihelson - autêntico Dom Quixote da cultura caririense:
    Parabéns por mais uma belíssima iniciativa, que, ao meu juízo, julgo ser além de pioneira, assaz fundamental para o resgate, o incentivo a produção e a preservação da rica e importante história do nosso Cariri. És de fato, um homem de visão profundamente marcado pelo desprendimento que, por ato contínuo, está prestar um imenso serviço à cultura, a história, o conhecimento e a educação de toda estão extensa região.
    Um forte abraço cultural e humanista.
    Prof. JoséCícero
    Sec. de Cultura - Aurora-CE.
    www.jcaurora.blogspot.com
    www.blogdaaurorajc.blogspot.com
    www.prosaeversojc.blogspot.com

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  2. Fico muito felioz pela primeira postagem ter sido dedicada a J. de Figueiredo Filho. Melhor tema para começar esse novo site não poderia existir.

    Parabéns, Armando e claro, ao Flamínio Araripe.

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