A idéia de construção de uma igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário surgiu no primeiro quartel do século XIX, entre os escravos negros – pessoas sofredoras e piedosas – residentes em Barbalha, as quais, anos mais tarde, formariam a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, daquela aconchegante cidade. Como esses escravos eram paupérrimos, somente em 1860 conseguiram eles cavar os alicerces, logo soterrados pelas rigorosas temporadas de chuvas que aconteciam no Cariri naquele tempo.
Somente em 1892 o padre Manoel Cândido dos Santos, vigário de Barbalha, resolveu enfrentar a construção da Igreja do Rosário. Naquele ano ele deu a bênção da pedra angular do futuro templo. Existem registros de que em 1906, a igreja já tinha as paredes levantadas Entretanto, devido – novamente – ao rigor das chuvas daquele ano, as colunas centrais desabaram. No verão, as obras foram reiniciadas e em 1907 o corpo da igreja estava coberto e rebocado no lado sul.
Naquele ano, devido à saída do padre Manoel Cândido da paróquia de Barbalha, as obras foram novamente paralisadas. Foi quando os leigos Antônio Correia Sampaio Filgueiras e José de Sá Barreto Sampaio (Zuca Sampaio) tomaram a si o encargo de concluir a Igreja do Rosário. Nova paralisação ocorreu a partir de 1914 por conta da chamada Sedição de Juazeiro, quando tropas invadiram e saquearam Barbalha obrigando muitas famílias a se refugiarem em sítios e fazendas do sertão pernambucano. Em 1918, com o retorno dessas famílias as obras da Igreja do Rosário recomeçaram.
Finalmente, no dia 2 de fevereiro de 1921, o primeiro bispo de Crato, dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, acompanhado de vários padres, procedeu a benção do majestoso templo, cujas festividades se prolongaram por três dias, com a participação de toda a população barbalhense, aquele época cem por cento católica.
Vale ressaltar que a belíssima imagem de Nossa Senhora do Rosário, que pontifica no altar-mor, foi doada – em 1912 – pela Sra. Cosma Porcina de Sá Barreto Sampaio. Já o belíssimo altar, entalhado em madeira, foi feito pelo mestre Manoel Roque.
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael