quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Vem aí novo feriado por conta do "15 de novembro" -- por Armando Lopes Rafael

  


E ao invés de IMPÉRIO DO BRASIL
passamos a ter o nome de : Estados Unidos do Brasil.
Pura imitação aos EUA...

    Em 1949 completou 60 anos do golpe militar que implantou a República no Brasil, em 15 de novembro de 1889. Naquele ano, as autoridades federais caíram na real:  a autodenominada “Proclamação da República” nunca tinha sido comemorada pelo povo brasileiro. Vivíamos, em 1949, sob o governo do Presidente Marechal Eurico Gaspar Dutra. Este, havia sucedido à ditadura de 15 anos de Getúlio Vargas.  O velho Marechal teve uma ideia: a de transformar o dia 15 de novembro em mais um feriado nacional. O que ele fez através da Lei Federal n° 662, de 6 de abril de 1949.  

   Pronto! Agora com a decretação deste feriado nacional, o povo iria festejar a imposição da República, pensava o Presidente-Marechal. Ledo engano. Criado o novo feriado, “tudo continuou como dantes, no Quartel de Abrantes” ... Nossas autoridades republicanas deram, mais uma vez, com os burros n’água.... Todo ano é sempre a mesma coisa... O povo fica indiferente ao 15 de  novembro. A maioria sequer sabe porque esse 15 de novembro é feriado. Não será diferente neste 2025.

     Segundo o Prof. Douglas Sandri: “Este é o caso do evento da Proclamação da República, em 15 de novembro. De fato, é só um nome bonito para disfarçar o que realmente foi: um golpe militar que destituiu Dom Pedro II e a família imperial brasileira. Como resultado, nos legou uma série de desarranjos, situações que instabilizaram uma jovem nação de apenas 67 anos, até então acostumada com um modelo de governo baseado no pilar sólido de uma monarquia constitucional parlamentarista”.

    E conclui o Prof. Douglas Sandri: “Foi um golpe militar que instalou uma ditadura. Não foi um momento de grande nobreza, preparado sob a égide dos mais elevados sentimentos patrióticos como o pintado no quadro oficial. O novo regime republicano se impôs por meio de um golpe militar liderado por um ex-monarquista convertido há pouco tempo, o marechal Deodoro da Fonseca, e ocorreu antes do momento previsto devido a um alarde de que o chefe das Forças Armadas teria sido preso um dia antes, o que gerou uma agitação e a antecipação do movimento, previsto para ser deflagrado em 20 de novembro. Diferente do que se imagina, o poder foi tomado por uma minoria formada por militares, advogados, cafeicultores, entre outros setores da elite. O povo em si estava alheio à proclamação e foi persuadido ao longo do tempo a introjetar em sua mente os ideais, símbolos e instituições republicanas”.

 (*) Armando Lopes Rafael é historiador

        Novembro/2025