sexta-feira, 22 de julho de 2022

República: caos e frustração coletiva (*)

 No próximo dia 7 de setembro, o Brasil vai completar duzentos anos de independência política. As comemorações serão fraquíssimas. Mas é tempo para uma reflexão do que tem sido as atividades políticas na nossa pátria.


     Nascida através de um golpe, à revelia da vontade da população brasileira, a república, ao longo de 132 anos de existência,  tem simbolizado  os interesses (nem sempre legítimos) de grupos e partidos, em detrimento do bem geral. Acompanhe alguns fatos do período republicano no Brasil.

A  República em números

E toda bagunça começou c0m o Marechal Deodoro

Em pouco mais de 130 anos, a república acumula:
•    2 estados de sítio,
•    17 atos institucionais,
•    6 dissoluções do Congresso,
•    19 rebeliões,
•    2 renúncias presidenciais,
•    3 presidentes impedidos de tomar posse,
•    5 presidentes depostos,
•    7 Constituições diferentes,
•    2 longos períodos ditatoriais,
•    9 governos autoritários.
•    Depois de proclamada a república, nossa pátria já teve – no espaço de 105 anos – 9 (nove) moedas e até a implantação do Plano real viveu debaixo da mais desordenada inflação.  

A República não é democrática

   República não é sinônimo de democracia. Ao contrário, no caso brasileiro, o país já assistiu a ascensão de governos ditatoriais, com presidentes que subiram ao poder sem o voto popular. Além de ter nascido com um golpe, os 5 primeiros anos da república foram marcados por uma feroz ditadura, que cerceou liberdades e levou o país a uma crise sem precedentes. Os anos posteriores foram marcados por governos eleitos com baixíssima representação popular, ficando conhecido como política "Café com Leite", onde uma oligarquia raivosa, que odiava a Princesa Dona Isabel, por ter assinado a Lei Áurea, se revezava no poder. Eram os ricos fazendeiros, os antigos escravocratas, de São Paulo e Minas Gerais, que ditavam as regras.

   Passando pelas ditaduras de Getúlio Vargas ou dos Militares, a democracia na república pouco evoluiu. Os casos de crise e corrupção, largamente difundidos, até 2018,  são um reflexo da desvantagens deste sistema. O presidente quando se elege, sempre deve favores a todos que contribuíram para seu sucesso pessoal, tem vínculos partidários e é ligado a empresas e organizações privadas. A troca de favores é facilitada e este cargo é encarado como uma ascensão política dentro do partido.

    Segundo publicação da revista Superinteressante, dos mais de 30 presidentes que o Brasil já teve, "só 5 presidentes eleitos completaram o mandato em 90 anos". Completando ainda que, "em 129 anos de República, o Brasil teve até hoje 36 governantes – apenas um terço deles (12) foi eleito diretamente e terminou o mandato. De 1926 pra cá, a proporção é ainda mais absurda: dentre 25 presidentes, apenas 5 foram eleitos pelo voto popular e permaneceram no posto até o fim: Eurico Gaspar Dutra, Juscelino Kubitschek, Lula, FHC e Dilma (apenas no seu primeiro mandato, pois a “presidenta” – como exigia ser chamada – sofreu impeachment no segundo mandato). 

(*) Fonte: excertos de um artigo publicado no site:  https://imperiobrasileiro- rs.blogspot.com/2020/03/republica-caos-e-corrupcao.html)